Aqueles que têm nome e nos telefonam
um dia emagrecem - partem
deixam-nos dobrados ao abandono
no interior duma dor inútil muda e voraz
arquivámos o amor no abismo do tempo
e para lá da pele negra do desgosto
pressentimos vivo
o passageiro ardente das areias - o viajante
que irradia um cheiro a violetas nocturnas
acendemos então uma labareda nos dedos
acordamos trémulos confusos - a mão queimada
junto ao coração
e mais nada se move na centrifugação
dos segundos - tudo nos falta
nem a vida nem o que dela resta nos consola
e a ausência fulgura na aurora das manhãs
e com o rosto ainda sujo de sono ouvimos
o rumor do corpo a encher-se de mágoa
assim guardamos as nuvens breves os gestos
os invernos o repouso a sonolência
o vento
arrastando para longe as imagens difusas
daqueles que amámos mas não voltaram
a telefonar
Al Berto
De vez em quando precisamos aprender a viver nessa ausência. E um dia, talvez a ausência passe a esquecimento e a dor possa desaparecer.
ResponderEliminar:)
Um beijo SD
Que linda partilha SD :)
ResponderEliminarDeixo um beijo e um abraço.
Al Berto nem sempre é perceptível e muito menos transparente!Receio nem sempre o captar.Mas gosto dele,precisamente por isso*
ResponderEliminarVoltar ao tempo em que comunicávamos por cartas...
ResponderEliminaràs vezes...
dava jeito...
Quest...
Quando tudo nos falta, resta-nos agarrar-nos a nós mesmos.
ResponderEliminarBeijos, SD. :)