domingo, 1 de fevereiro de 2015

Dar a volta à sua prisão

De partida pelas estradas,
não vai ao encontro de ninguém senão dela própria.
Antes de morrer importa ao menos dar a volta à sua prisão.
Os contornos interiores confundem-se com os limites do mundo,
e é percorrendo este último que se encontra a melhor metáfora para a sua própria morte.
Os confins podem sempre reduzir-se aos muros de uma verdadeira masmorra.
O fim só pode ser vivido enquanto a consciência subsiste.
Cada momento impõe a experiência necessária da morte,
desperta a agonia, que é o nosso único estado permanente,
aquele que o hábito do sedentário se esforça por ocultar.
Aquele que viaja, está assim mais próximo da verdade, 
é amigo da morte.
Aquele que está sempre de partida reconhece a realidade do seu corpo como a de um mero saco de viagem.

Sempre em movimento.

HHoje

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