Tu, que não conheço ainda, ou imagino que não conheço, ajuda-me a ficar.
Ocupo pouco espaço, quase não faço barulho, nunca grito, não incomodo ninguém.
Leva-me contigo e ajuda-me a ficar. Tenho a ternura simples mas aos nós.
Como as tuas unhas são mais compridas do que as minhas desata-me isto tudo.
Mãos impregnadas de nuvens, ossos suaves como o leite, vagarosos, certeiros.
É bom nascer no instante em que o ar é mais frio do que a água.
Trouxe-o aqui no bolso para ti.
Há-de haver, nalgum sítio, a minha última casa.
António Lobo Antunes
Que bonito, minha Amiga!
ResponderEliminarDeixo um beijinho com muito carinho.
Obrigado, espero que tudo esteja bem contigo.
EliminarBeijinho com carinho Sandra.:)
Muito bom!
ResponderEliminarHá qualquer coisa que me faz associar este texto à fase em que ele esteve muito doente.. Mas pode não ser.
Beijo.
Gosto demais da forma como ele escreve, faz-se entender lindamente, sem artifícios desnecessários, escreve a vida, os sentidos, os sentires, assim, no meu entender, escrevem os grandes.
ResponderEliminarAbreijo em tu SD
Tão bom!
ResponderEliminarBeijos, SD. :)