Tendo-me
despido de todos os meus mantos
Tendo-me
separado de adivinhos mágicos e deuses
Para
ficar sozinha ante o silêncio
Ante
o silêncio e o esplendor da tua face
Mas
tu és de todos os ausentes o ausente
Nem
o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca
O
meu coração desce as escadas do tempo em que não moras
E
o teu encontro
São
planícies e planícies de silêncio
Escura
é a noite
Escura
e transparente
Mas
o teu rosto está para além do tempo opaco
E
eu não habito os jardins do teu silêncio
Porque
tu és de todos os ausentes o ausente
Sophia Mello B Andresen
profundamente belo e triste... como se fosse possível!
ResponderEliminarPor vezes os ausentes são os mais presentes!
EliminarEscura está a noite neste semblante, mas alegra-me o coração e a alma saber-te presente.
Fui tentar dormir.
Beijo:))
Que belo poema da Sophia.
ResponderEliminarQue bom partilhares, Semblante!
A ausência magoa.
ResponderEliminarDeixo um beijo nesse teu coração, Semblante.
Há ausências que nos matam por dentro.
ResponderEliminarBeijos, Helena :)