quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Já nem me lembro quando voltei deste texto

De partida pelas estradas,
não vai ao encontro de ninguém senão dela própria.
Antes de morrer importa ao menos dar a volta à sua prisão.
Os contornos interiores confundem-se com os limites do mundo,
e é percorrendo este último que se encontra a melhor metáfora para a sua própria morte.
Os confins podem sempre reduzir-se aos muros de uma verdadeira masmorra.
O fim só pode ser vivido enquanto a consciência subsiste.
Cada momento impõe a experiência necessária da morte,
desperta a agonia, que é o nosso único estado permanente,
aquele que o hábito do sedentário se esforça por ocultar.
Aquele que viaja, está assim mais próximo da verdade, é amigo da morte.
Aquele que está sempre de partida reconhece a realidade do seu corpo como a de um mero saco de viagem.
Sempre em movimento.

HHoje 

1 comentário:

  1. é quase... mas nã é... se considerar a morte nã como uma partida, mas como uma chegada...
    (tinha saudades, muitas:)

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