Fica comigo. Daqui a nada é noite e as noites custam, a mim
custam, sobretudo quando os candeeiros da rua se acendem e as árvores e os
prédios fronteiros logo diferentes, quase ninguém na rua, um miúdo com um cão
lá ao fundo, uma tristeza parada na tonalidade do silêncio, estes móveis e
estes retratos que não me ligam nenhuma, os teus passos na escada, tu no
passeio: nem vou à janela olhar, não quero olhar.
Fica comigo só mais um
bocadinho, dez minutos, meia hora, sei lá, o tempo inteiro. Mesmo que não
fales. Mesmo que leias a revista do jornal.
Mesmo que não me toques. Mesmo como
se eu não existisse.
Há alturas, imagina, em que penso que não existo e depois
vem a aflição, o medo, o meu pulso tão rápido, a voz da minha mãe, do fundo da
infância.
António Lobo Antunes
Sei o que isto é. ;(
ResponderEliminarBela foto.
Beijo.
Às vezes basta sentir a presença...
ResponderEliminarBeijos, SD. :)
Uma tristeza parada no medo de ficar só...
ResponderEliminarUm trecho tão bonito. Um pedido. Em palavras ou em pensamentos?
ResponderEliminarCuriosidade...
ResponderEliminarComo a nossa inexistência
Faz lembrar a nossa existência...
Muitos foram os abraços que pedi
O tempo pouco que desejei
E o querer saber de ti também...
Quest...
Há presenças silenciosas que são mais preciosas do que abraços.
ResponderEliminar:)
As feriazitas, foram boas? Espero bem que sim!
ResponderEliminar:)))