Vejo-te
um pouco como se já não houvesse uma casa para nós.
As
grandes perguntas estão aí por todo o lado,
onde
quer que se respire, dentro
dos próprios frutos.
É
o começo da noite e os cinzeiros já estão cheios de meias
palavras:
porque
escolhemos tão pouco aquilo que nos pertence?
Vejo-te
de olhos fechados enquanto me confiavas a tua história
–
à mesa da cozinha, quase um
espelho,quase uma razão.
As
minhas canções preferidas pareciam
convergir para ti a certa altura,
dir-se-ia que
te vestias com elas.
E
no entanto como se apressaram as grandes florestas a invadir as
gavetas,
como
misturaram as raízes no
eco que fazia o teu desejo contra mim.
Rui
Pires Cabral
Meu doce, sinto melancolia nas tuas palavras...
ResponderEliminarBeijinho
De facto, "escolhemos tão pouco aquilo que nos pertence."
ResponderEliminarE, às vezes, o "jogo" vira-se sem que tenhamos consciência das alterações que já andavam a minar.
Obrigada pela partilha, SD!
Foto muito bonita, também.
Beijo.