sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

And we will try again



Agora não há razão que me acorrente à terra.
Bebo a manhã por um copo sujo,
acreditando talvez que ninguém envelhece em vão,
que todas as batalhas me hão-de servir no futuro.
Mas dentro de mim eu sei que quero desperdiçar-me,
gastar-me nos gumes, nos arcos que me fundam.
Não me pareço com nada,
não me reconheço em lugar nenhum da casa.

Rui Pires Cabral

2 comentários:

  1. Tenho muita dificuldade em interpretar e perceber textos mais cuidados, fruto dos muitos anos que passei na Dinamarca, país onde fui criado e educado até à maioridade, mas adoro ler-te! Escreves muitíssimo bem e lamento não ter metade do teu talento.

    Beijinho e bom Domingo!

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  2. Temos sempre algo que nos agarre à terra, nem que seja o instinto de sobrevivência.

    Um beijo carinhoso, Helena. :)

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