Como
o sangue, corremos dentro dos corpos no momento em que abismos os
puxam e devoram.
Atravessamos cada ramo das árvores interiores que
crescem do peito e se estendem pelos braços, pelas
pernas, pelos olhares.
As
raízes agarram-se ao coração e nós cobrimos cada dedo fino dessas
raízes que se fecham e apertam e esmagam essa pedra de fogo.
Como
sangue, somos lágrimas.
Como
sangue, existimos dentro dos gestos.
As
palavras são, tantas vezes, feitas daquilo que significamos.
E
somos o vento, os caminhos do vento sobre os rostos.
O
vento dentro da escuridão como o único objecto que pode ser tocado.
Debaixo
da pele, envolvemos as memórias, as ideias, a esperança e o
desencanto.
José
Luís Peixoto
Soube-me bem descansar a cabeça neste texto e reflectir.
ResponderEliminarBela partilha, SD.
Beijos
Que seja um vento que despenteia. Ajuda a arejar a cabeça :)
ResponderEliminarBonita partilha :)
Beijos