sábado, 28 de maio de 2016

A preto e branco

Fazer amor não existe, porra , o amor não se faz.
O amor desaba sobre nós já feito, não o controlamos - por isso o sistema se cansa 
tanto a substituí-lo pelo sexo, coisa gráfica, aparentemente moldável.
Também não era , fornicar, copular - essas palavras violentas com que tentamos rebentar o amor.
Como se fosse possível.
Como se o amor não fosse exactamente essa fornicação metafísica que não nos diz respeito
- sofremos-lhe apenas os estilhaços, que nos roubam vida e vontade.
Eu queria oferecer-te o meu corpo para que o absorvesses no teu.
Para que me fizesses desaparecer nos teus ossos.

Inês Pedrosa

1 comentário: