O grande problema do nosso sistema democrático é que permite fazer coisas nada democráticas democraticamente.
J Saramago
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Talvez errar no que me espera
Enquanto espero que a morte sobrevoe esta minha rua,
este meu espaço, vou chorando e caminhando.
Meus pensamentos tomam a dianteira dos meus dias,
já pouco crédito tem um lânguido sorriso.
E choro, choro os dias passados, choro a minha vida e,
creio que sou feliz como nunca sonhei ser.
Não me prendam, desviem o olhar se quiserem,
abandonem-me,
que eu não creio sentir saudades.
Não suporto nem transporto fios que me fazem mover
e acenar em concordância nesse fio condutor de todo o sistema.
Já chorei o suficiente para sentir paz.
Vou criando garras por estes caminhos,
já que só não serei !
HHoje
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Sombra do dia depois do sol
Por
vezes caminho pela sombra
para
me esquecer dos livros
isto
porque depois do Sol
a
água varre as palavras
e
todos os gestos de leitura são inúteis.
A
realidade
deixa
assim
de
forma momentânea
de
emergir das palavras.
FMN
domingo, 21 de fevereiro de 2016
And do what?
Mais triste que estar só,
é ter alguém ao nosso lado a impedir que a solidão nos abandone,
que alguém nos resgate.
João Morgado
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Sozinho na multidão
Se o deixassem, nunca tomaria banho. Também dificilmente sairia de casa, ou melhor, do quarto onde está praticamente tudo o que o faz feliz.
Para ele, o mundo é estranho e desconcertante: as pessoas não dizem aquilo que pensam, dizem aquilo que não pensam, fazem comentários triviais e sem significado,
Refere centenas de factos fascinantes sobre horários, as inúmeras variedades de cenouras ou o movimento dos planetas.
Também não entende como é que as pessoas conseguem tolerar tantas luzes, sons, cheiros, texturas, paladares, sem se desnortearem,
Ah, e se pudesse...dentista, nem vê-lo!
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
domingo, 14 de fevereiro de 2016
Beijos não são contratos e presentes não são promessas
Depois
de algum tempo aprendes a diferença,
a subtil diferença entre dar a
mão e acorrentar uma alma.
E
aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem
sempre significa segurança.
E
começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não
são promessas.
Depois
de algum tempo aprendes que o sol queima se te expuseres a ele por
muito tempo.
Aprendes
que não importa o quanto te importas.
E
aprendes que realmente podes suportar mais.
E
aprendes a construir todas as tuas estradas de hoje,
porque
o terreno do amanhã é incerto demais para fazer planos,
e
o futuro tem o costume de aparecer do nada.
W
Shakespeare
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
Semblante de madrugada
Paro para pensar
no que quero,
é um estado de
alma que me assalta
em que me revejo.
Natural e
gradualmente me fui afastando de ti.
Uma única
madrugada chegou,
Para me rever
Para saber o que
não quero.
HHoje
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
Tradutor de Chuvas
É
tarde,
nenhum sono
repõe o que não vivi.
É
tarde,
nenhuma manhã
cura a ferida
que em nós
sangra.
Agora,
que
não sonho
posso, enfim, dormir.
Agora
é
tarde demais para morrer.
Agora
resta
um único desfecho:
de novo acordar por dentro
E
acordar sempre
até que volte a ser cedo.
Mia
Couto
domingo, 7 de fevereiro de 2016
A noite e o Calcitrin
Nunca poderá ser ofensivo aquilo que a simplicidade e o zelo ditam.
William shakespeare
O Calcitrin? - Um suplemento que alimenta a amizade.
sábado, 6 de fevereiro de 2016
Mas não no mundo nem no meu coração
Hoje chove muito, muito,
dir-se-ia que estão a lavar o mundo.
o meu vizinho do lado vê a chuva
e pensa em escrever uma carta de amor
uma carta à mulher com quem vive
e lhe faz a comida e lava a roupa e faz amor com ele
e se parece com a sua sombra
o meu vizinho nunca diz palavras de amor à mulher
entra em casa pela janela e não pela porta
por uma porta entra-se em muitos sítios
no trabalho, no quartel, na prisão,
em todos os edifícios do mundo
mas não no mundo
nem numa mulher, nem na alma
quer dizer, nessa caixa ou nave ou chuva que chamamos assim
como hoje, que chove muito
e custa-me escrever a palavra amor
porque o amor é uma coisa e a palavra amor é outra coisa
e só a alma sabe onde as duas se encontram
e quando e como, mas que pode a alma explicar
por isso o meu vizinho tem tempestades na boca palavras que naufragam
palavras que não sabem que há sol porque nascem e morrem na mesma noite em que ele amou
e deixam cartas no pensamento que ele nunca escreverá
como o silêncio que existe entre duas rosas
ou como eu ,que escrevo palavras para regressar
ao meu vizinho que vê a chuva
Juan Gelman
“No avesso do mundo”
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
Amo cada dia
Como se fosse ontem,
ainda sinto o teu odor por perto,
sinto a tua presença tão forte.
A lágrima que corre é de saudade,
saudade dos dias bonitos que vivemos,
do amor que fizemos, do ar que respirámos juntos
e tantos dias foram, que não sei contá-los.
Ainda sinto o teu amor em mim, descendo a rua deserta.
Aquilo que sou, nada me diz do que sinto no peito e sufoco!
Amar o que não tivemos, lembrar o que poderíamos ter tido.
O olhar é o espelho do sentir.
Quase que adormeço no embalar dos teus braços.
Doce deslizar das tuas bonitas mãos em mim.
HHoje
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
Aos Praticantes Do Sonho
Regulamento
Artigo 1.º
Artigo 2.º
Artigo 3.º
Artigo 4.º
Artigo 5.º
Artigo 6.º
Seja mais sonhamor e menos sonhador (a dor não faz falta. Cria ausências)
Artigo 7.º
Heduardo Kiesse
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
Mar me quer
Hoje sei como se mede a idade:
Vamos ficando velhos quando não fazemos novos amigos.
MIA COUTO
"Mar me quer"
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