terça-feira, 20 de outubro de 2015

Silencioso sopro

Arrumei os amores, é a primeira regra da vida – saber arquivá-los, entendê-los, contá-los, esquecê-los.
Mas ninguém nos diz como se sobrevive ao murchar de um sentimento que não murcha.
A amizade só se perde por traição – como a pátria.
Num campo de batalha, num terreno de operações. Não há explicações para o desaparecimento do desejo, última e única lição do mais extraordinário amor.
Mas quando o amor nasce protegido da erosão do corpo, apenas perfume, contorno, coreografado em redor dos arco-íris dessa animada esperança a que chamamos alma – porque se esfuma?
Como é que, de um dia para o outro, a tua voz deixou de me procurar,
e eu deixei que a minha vida dispensasse o espelho da tua?
Inês Pedrosa



3 comentários:

  1. Que bom deixares tantos motivos para reflectir.
    Obrigada pela partilha.
    Boa semana, SD.

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  2. O tempo...
    esse que dizem que resolve tudo...
    Mas apenas ajuda a redefinir as prioridades
    dos problemas da vida...

    O amor...
    esse malandro que se apodera do corpo
    sem permissão...

    Mas tudo tem uma explicação...
    até o silêncio fala...
    basta ouvi-lo...

    Quest...

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    Respostas
    1. Tudo tem uma explicação sim.
      Até o silêncio das almas que teimam em não querer separar-se!
      Não fosse a realidade estar presente...
      Ninguém venderia a própria alma!!!
      Digo eu...

      Beijo Quest e que estejas bem.:)))

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